quinta-feira, 23 de maio de 2013

Meio ambiente das minorias?


Retornando às atividades perante a promotoria de defesa do meio ambiente, tenho constatado que a maior parte das reclamações e denúncias está ligada à questão da poluição sonora.

A quantidade de casos a envolver som alto e incômodo, principalmente por atividades profissionais barulhentas, boates, casas de show, parques infantis, circos, templos, bares ou mesmo o tal do ‘vizinho barulhento’ chega a ser impressionante.

Nessa onda de ‘os incomodados que se mudem’, também impressiona a falta de noção dos barulhentos pelo fato de se acharem no direito de perturbar, incomodar, transtornar e não estarem nem aí para o semelhante.

São raríssimas as pessoas que assumem o erro e se manifestam no sentido de cessarem a perturbação.

A maioria (quase totalidade) dos transgressores sempre aponta uma desculpa ou justificativa, tais como ‘o povo tem direito a se divertir’, ‘todo mundo faz assim’, ‘já não há lazer disponível na cidade’, ‘não é tão alto assim’, ‘é muita burocracia para legalizar’, ‘é birra desse vizinho’, ‘preciso trabalhar e minha família depende disso’,  etc.

Se a balbúrdia estiver ligada a alguma festividade ou ‘pão e circo’, aí então surge uma cáfila de gente a fazer abaixo-assinado, postar críticas no twitter, facebook e no mural da mãe Joana, criticando os poderes públicos que ‘barraram’ a bagunça ilegal!

Nessa linha, você não encontra ninguém, destaco, ninguém dessas pessoas que são a favor da barulheira que esteja na linha de mira do incômodo: são sempre os que se aproveitam do barulho mas que moram bem distante do problema.

Isso me leva a adaptar o adágio para “barulho no ouvido dos outros é refresco’ e a certeza de que é fácil reclamar quando a sua saúde não é a que está sendo afetada!

Comprovado por meios científicos (se bem que nem precisa ser expert para saber) a pessoa passa por situação de afetação à sua saúde física e mental, quando submetida constantemente à perturbação, mormente a sonora.

Irritação, falta de concentração, nervosismo, ansiedade, transtorno do sono, disfunção gástrica, arritmia, descompensação hormonal, perda ou diminuição auditível, estresse, e uma gama de problemas derivados dessa perturbação atingem a vida diária, não apenas ‘aquele momento do barulho’.

O trabalho não renderá, as relações humanas serão irritadiças, as decisões prejudicadas, o humor afetado e uma doenças puxará outra.

Mas se a manada que perturba não tem senso de respeito a vida dos outros, não será o conhecimento sobre tais consequências que deterá o caos que a cada dia se contata.

Há de serem tomadas medidas enérgicas de prevenção e repressão sim!

Aliás, esses cérebros de alto falante acharam que tais transtornos não passam de balela, besteira, frescura..

E assim, chega-se a um ponto em que, conforme me disse uma senhora que toda semana não consegue dormir de quinta a domingo em virtude de um bar com música ao vivo, ‘parece que os certos estão errados e que os que respeitam os outros é que são minoria nesse país’.

Sinceramente...às vezes a impressão chega a ser essa...

Então, além de defesa do meio ambiente, será que passamos a defender os ‘direitos de minoria’?

Que coisa!

Fonte: blog "CONSIDERANDO BEM..."

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