segunda-feira, 18 de abril de 2011

Fronteiras no Brasil

LIBEROU GERAL: FRONTEIRA SEM RECURSOS!

Leonardo Soares/AE
Definitivamente, há situações que nos levam a fazer indagações acerca da consciência, banalização ou má-fé dos governantes e, depois, eles ainda acham ruim!
Olhem essa, para começar a semana: “Corte de verba na PF prejudica vigilância de fronteiras” (saiu hoje, na Folha de S.Paulo: link).
Poderia aprofundar a questão, como alguém que detém certa experiência, por já ter atuado por alguns anos na famosa fronteira seca com o Paraguai, além de estar há quase dez nesse Estado de fronteira com Paraguai e Bolívia.
As diversas e diárias (repito: diárias!) apreensões de drogas e armas pelos agentes de segurança em Mato Grosso do Sul, além de contrabandos e veículos roubados, são um norte para se apontar o fluxo em nossa fronteira e a descarada ‘origem’ de boa parte de tais ‘objetos de crime’ espalhados por este país.
Interessante ver que, no momento em que muito se discute a violência e, o que causa maior espanto, justamente quando toda uma nação está a discutir as terríveis conseqüências das drogas em jovens e criminosos (tornando-os mais violentos e desarrazoados em suas condutas) e uso de armas de fogo, vem o governo federal e faz o quê?
Corta a verba da já escancarada fronteira!
Conhecem a fronteira?
Basta postar as básicas palavras ‘drogas’ e ‘armas’ e fronteira’ no Google para se ver a enxurrada de informações, casos e gravidade!
Sugiro, ainda, a obra de Percival de Souza, “O Sindicato do Crime” (link para ebook).
Se já há patente deficiência e dificuldade no controle ‘do que vem e do que vai’, imagina sem esse pouco controle ainda existente!
A discussão de aparelhamento e investimentos na fronteira sempre foi assunto e promessa...
Impressionante como – passadas as campanhas eleitorais – novamente se cai na banalização!
Aí se adentra no chavão de estar a se ‘enxugar a água, mantendo-se aberta a torneira’!
É risível ver que – com o discurso de que ‘a medida é necessária para a estabilidade do país’ – ainda serem mantidos altos gastos com viagens, cartões corporativos, publicidade (o ‘Brasil um país de todos’ estampado na TV, jornais e revistas é pago, senhoras e senhores!!! Com dinheiro público que poderia ir para a segurança de nossa fronteira!!), etc.
Aliás, se é certo que há questões diplomáticas a fundamentarem doações e repasses de verbas para outros países, também é certo indagar o porquê de -em meio a essa crise nacional de segurança, a qual deveria ensejar atenção prioritária do governo nacional -, há doações milionárias a países como Paquistão (link), Haiti (link), Líbano (link), Israel (link), Bolívia (link), etc.
Trançando-se um comparativo raso, tem-se que o Brasil enviou para o Haiti, no período de quase seis anos, cerca de 600 milhões de dólares, fora os 700 milhões gastos para manutenção das tropas brasileiras em solo haitiano! (fonte: link)
Se é certo que há necessidade de auxilio àquele país, também é certo que o Brasil possui cifras próximas a países em guerra civil, com elevadíssimo índice de assassinato e criminalidade!
No período de 1997-2007, cerca de 512.216 pessoas foram assassinadas no Brasil (vide: “Mapa da Violência” link).
Em análise comparativa, houve no país mais homicídios do que os seguintes conflitos, juntos (link):
- Movimento emancipatório/étnico da Chechênia/Rússia;
- Guerra do golfo;
- Guerra Civil de El Salvador;
- Guerra pela Independência do Timor Leste;
- Guerra pela Independência de Angola;
- Disputa Israel/Egito;
- Guerra das Malvinas;
- 2ª Intifada;
- Guerra Civil da Nicarágua;
- Guerra Civil da Irlanda do Norte.
Aliás, com corte de verba na fronteira e a instituição do ‘liberou geral’, quanto o governo acha que irá gastar em razão do aumento da criminalidade no resto do país?
Quanto dinheiro irá gastar com indenizações a vítimas ou mesmo a criminosos (mortos em presídios); gastos hospitalares com feridos e sobreviventes; gastos com internações de dependentes químicos; gastos com serviços de assistência social ante desagregações familiares pelo uso de drogas; gastos...
Difícil saber para onde essas medidas irão nos levar...
...ou não!
Fonte: Fernando M. Zaupa, Considerando Bem...

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